quinta-feira, 22 de junho de 2017

CANCRO DA PELE

Para ler com muita atenção por favor.
Continuo a ver todos os anos verdadeiros atentados á saúde da pele!




"O sol é como o vinho do porto: deve apreciar-se/beber-se ao cálice e não à caneca" afirma o Dr. Ribas dos Santos, Dermatologista/IPO/PORTO.
O cancro cutâneo tem elevada prevalência, originando acentuada morbilidade e mortalidade, que pode ser reduzida através do tratamento precoce.
O rastreio, além de seguro, oferece boas condições para controlar a situação, observando pessoas saudáveis, incidindo particularmente sobre as pessoas com perfil de risco: pele clara, cabelos ruivos ou louros e olhos claros, muitos sinais (nevos) ou sardas (efélides). Também as pessoas que se bronzeiam com dificuldade, com tendência a queimaduras se incluem neste grupo de risco. O rastreio, gratuito, consiste na observação da totalidade da pele, feita por um Dermatologista Oncológico.
O cancro cutâneo tem cura, se detectado precocemente. O melanoma maligno é um dos mais graves e agressivos cancros. A sua incidência tem aumentado 7% por ano, duplicando em cada década, desde 1930. Na Europa, a incidência é de 10 casos por 100 000 habitantes, por ano. Em Portugal, há cerca de 800 novos casos de melanoma (um dos tumores mais malignos) por ano e cerca de 10 000 novos casos de epiteliomas.
O progressivo aumento nos últimos anos, de casos detectados pode corresponder não só a um aumento da incidência, mas também a uma maior procura dos serviços de dermatologia e a um diagnóstico mais precoce.

Cerca de metade dos casos de melanomas ocorrem abaixo dos 40 anos e cerca de 20% dos doentes morrerão com a doença. Na última década, em Portugal, a mortalidade aumentou 3% nos homens e 5% nas mulheres. Esta é a mais elevada taxa de aumento anual de mortalidade específica por tumores malignos nas mulheres.
As pessoas com perfil de risco devem ser observadas anualmente por um Dermatologista ou Médico experiente.
O factor de risco determinante reside na foto exposição recreativa (nas praias e solários, no Verão), intensa, de curta duração e intermitente. Mais de 90% dos cancros da pele são causados por exposição desregrada aos ultra-violetas. Cada pessoa tem um capital solar, ou seja, uma determinada dose de radiação tolerada pela pele, ao longo da sua vida. Este valor varía de pessoa para pessoa, mas de um modo geral atinge-se cerca de 50% desse total até aos 18 anos.




Corre maior risco quem, trabalhando dentro de casa, se expõe ao sol intensamente e por curtos períodos nas suas férias de Verão, por exemplo, sofrendo verdadeiras intoxicações solares, do que aquelas pessoas que habitualmente trabalham ao ar livre, como pescadores, agricultores e trabalhadores da construção civil.
Para modificar este cenário, é necessária uma alteração do comportamento em relação ao sol, que para além de ser o factor causal de cerca de 90% dos cancros da pele, provoca o seu envelhecimento precoce.
A exposição solar entre as 11 e as 16 horas deve ser evitada. Esta é a chamada hora do cancro.




No Verão, deve optar por uma exposição solar lenta e progressiva, evitando escaldões e queimaduras solares. Em quantidades moderadas, o sol é benéfico. Deve ter especial atenção ao tempo nublado e à neve e cuidados especiais nos trópicos e em grandes altitudes. Evite os solários e os banhos de sol.
Uma queimadura solar na infância duplica o risco de desenvolver mais tarde um melanoma maligno. As crianças até aos 2 anos e as mulheres grávidas não devem ser expostas ao sol.
Se a exposição solar for inevitável utilizar sempre vestuário ou protector solar (a aplicar 30 minutos antes de sair de casa e de duas em duas horas na praia). A melhor protecção de todas é a sombra.



Nas horas de maior intensidade solar (das 11h00 às 16h00), se tiver que se expor ao sol, deve usar chapéu, camisola de mangas compridas e calças, adaptadas ao ambiente. Não deve diminuir os cuidados depois de estar bronzeado. As pessoas pertencentes ao grupo de risco (de pele clara, ruivas ou louras e com muitos sinais) devem proteger-se com mais rigor. As pessoas de olhos claros devem usar óculos de protecção.
A alimentação também desempenha um papel importante na prevenção. Consumir frutas, legumes e beber muita água, é importante para a protecção da pele e para o equilíbrio orgânico.
Deve consultar o seu médico em caso de queimadura solar, escaldões de repetição ou sinais suspeitos (que tenham modificado o seu contorno, cor ou tamanho recentemente, ou feridas que não cicatrizam) e tenha especial cuidado com os medicamentos fotossensibilizantes.

(Dr. Ribas dos Santos/Dermatologista de Oncologia)

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